É o que relata o presidente da União Cigana do Brasil, Mio Vacite. Mesmo sendo de um grupo que não vive em acampamentos, os Rom, ele defende melhores condições de vida para os ciganos nômades do Rio, a maioria do grupo Calom. Vacite destaca que, entre os principais problemas, está a falta de apoio das prefeituras para instalar infraestrura sanitária e luz elétrica.
"O que precisamos no Rio, e já existe em outros estados, são designações de espaços para acampamentos ciganos, pelas prefeituras, como se fossem campings", afirmou. "Ou por doação, por comodato, ou outra forma, podemos discutir com as prefeituras e com os grupos."
Para conseguir se manter, os ciganos precisam
também da ajuda dos moradores da região onde montam acampamento. Alguns passam de porta em porta para conseguir água, outros tentam fazer bicos, negociar objetos e vender enxovais. Há também ciganas que ficam em locais mais movimentados e tentam ganhar dinheiro lendo a sorte das pessoas.
No Brasil, os ciganos nômades são minoria, geralmente do clã Calom e com poucos recursos. As tendas de lona ainda são a principal moradia e muitos vivem sem energia e água potável. Os acampamentos são instalados em espaços que nem sempre são cedidos pelas prefeituras, por isso, algumas comunidades acabam sendo expulsas por agentes de segurança pública.
Há também casos de violência e invasões sem mandado judicial "Aqui no estado do Rio, isso aconteceu tanto que eles colocaram placas para lembrar que as barracas são invioláveis, como são as casas", conta Vacite.
Para garantir melhores condições de vida a essa minoria, o professor chegou a defender a criação de um Estatuto dos Povos Ciganos, em 1960. Entre as propostas constavam a alfabetização na língua (romanês ou dialetos), vacinação nos acampamentos e a criação de estacionamentos para os migrantes.
Fonte: O Regional
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