A longa briga entre Jade Barbosa e a Confederação Brasileira de
Ginástica (CBG) teve a pior e mais grave de suas consequências até
agora. Convocada para o último período de treinos no Rio de Janeiro
antes da aclimatação no exterior visando aos Jogos Olímpicos, a atleta
do Flamengo não fará parte do grupo de cinco ginastas que formarão a
equipe verde-amarela em Londres. Além de não ter se apresentado com as
outras atletas, na última segunda-feira, a CBG afirmou que ela não
aceitou assinar o termo em que se comprometia a usar os uniformes da
entidade, com seus devidos patrocinadores.
- Sim, ela (Jade) está fora. Ela não se apresentou devido a todas essas
questões contratuais com a CBG que ela não aceitou. E nem era obrigada a
aceitar. Mas nós passamos para a segunda etapa, que foi convocá-la para
aqui (treinamento no Rio) e fazer com que ela assinasse o termo de
responsabilidade, que é o uso da marca. Nós temos os nossos
patrocinadores e é impossível um atleta ser diferente, usar outro
uniforme. A Jade não assinou esse termo e também não compareceu. Então, a
gente entende que as negociações se fecharam. Não há mais como ter
nenhum tipo de negociação - declarou Georgette Vidor, coordenadora da
seleção.
O supervisor da seleção feminina, Klayler Mourthé, destacou que a
entidade estava abrindo mão do contrato oficial, que é feito com as
ginastas brasileiras, mas não poderia isentar a atleta deste termo se
responsabilizando pelo uso do uniforme com as marcas patrocinadoras nos
últimos treinamentos para Londres e, principalmente, na disputa
olímpica.
- Todas as solicitações dela foram atendidas ao máximo que se podia.
Mas para esses treinamentos agora e para os Jogos Olímpicos você precisa
utilizar o uniforme com suas marcas. Se ela não aceita os termos do
contrato de ajuda de custos dos atletas, não tem nenhum problema. Você
pode participar dos eventos desde que você assine esse termo de que vai
utilizar o uniforme - explicou.
O impasse com a CBG também prejudicou a preparação da ginasta, que
acabou ficando fora de diversas competições estipuladas pela entidade
como determinantes para a convocação.
- As etapas que foram pedidas, que foi competir no Meeting, na Copa do
Mundo, os treinamentos em conjunto e a participação no Circuito
Brasileiro, basicamente, todas cumpriram. Algumas não cumpriram por
questão de lesão. Mas ela (Jade) não cumpriu essas etapas por questões
contratuais - disse Georgette.
A madrasta de Jade Barbosa, Eliseth Chagas, disse que a ginasta e sua
família não receberam nenhum comunicado oficial da entidade sobre o
corte.
- Estamos esperando chegar a lista oficial para ver exatamente o que
está escrito nesse ofício da CBG. A Jade treinou normalmente no Flamengo
pela manhã e soubemos pela imprensa a respeito desse corte. Vamos
aguardar para dar qualquer pronunciamento a respeito disso - declarou
Eliseth Chagas.
Além de Jade, haviam sido convocadas para os treinamentos no Velódromo,
no Rio, as ginastas Daniele Hypolito, Daiane dos Santos, Adrian Gomes,
Bruna Leal, Ethiene Franco, Priscila Cobello (no lugar de Gabriela
Soares, cortada por lesão) Harumi de Freitas e Letícia da Costa. Laís
Souza, que não tinha sido chamada, voltou
para completar o grupo no lugar de Jade. Os trabalhos no Rio vão até o
dia 7 de julho. Na próxima quarta-feira, os nomes das sete atletas que
vão participar do período de aclimatação serão divulgados.
Jade Barbosa retornou à seleção brasileira de ginástica em 2010, após
se recuperar de uma lesão no punho direito e superar o impasse entre o
seu pai e empresário, César, e a CBG. Os motivos do afastamento da
atleta após os Jogos de Pequim-2008 foram os desentendimentos sobre
cláusulas de contratos com a Confederação e as constantes avaliações da
lesão. Após esse período, Jade conquistou dois bronzes (salto e
individual geral) no Mundial de Roterdã, em 2010, e fez parte da equipe
que se classificou para os Jogos Olímpicos durante evento-teste, em
Janeiro, em Londres.
Fonte: Igor Christ e Lydia Gismondi - GloboEsporte.com





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