Cansados das promessas da direção da Spaipa –
Indústria de Bebidas (Coca-Cola), os trabalhadores da empresa decidiram: podem
entrar em greve a qualquer momento, caso as condições de trabalho, assim como
os benefícios econômicos, não forem melhorados.
E os trabalhadores contam com total apoio do Sindicato
dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias em Geral de Catanduva e região
(Sintramcat), que, na manhã da última terça-feira, dia 11 de dezembro,
participou de mais uma rodada de negociação com a direção da empresa. E nada de
avanços.
Segundo o presidente do Sintramcat, Reginaldo Borges, o
Sindicato aceita a proposta de 8% de reajuste, porém, não concorda que não haja
salário fixo em carteira.
“Não registrar um piso salarial na carteira é contra a
lei, interfere na vida do trabalhador, que não pode abrir uma conta em uma loja,
de fazer financiamento para compra de uma casa ou de um automóvel. Não aceito
esse posicionamento da empresa e não fecharei acordo se não mudarem a postura”,
explica.
De acordo com ele, os ajudantes de motoristas não são comissionados,
pois não são vendedores, não vendem o produto da Coca-Cola.
“Ele entregam o produto, movimentam a mercadoria. Até
os vendedores têm um piso em carteira. E queremos o mesmo para a categoria dos
movimentadores de mercadorias que trabalha na Spaipa”, destaca.
Em assembléia, realizada ainda durante a tarde desta
terça-feira, os trabalhadores afirmaram ao presidente do Sintramcat que têm uma
jornada excessiva de trabalho, que ultrapassa 12 horas por dia e que nunca
receberam mais que essa garantia mínima, que a empresa cita.
“Queremos, também, que sejam pagas as horas extras,
pois, atualmente, os trabalhadores só recebem o adicional das horas e não a
hora trabalhada completa”, cita Borges.
Por outro lado…
O gerente de Recursos Humanos da Spaipa, Jurandir
Moreira, afirma que desconhece a sobrecarga de trabalho e que não há pagamento
de horas extras porque os ajudantes de motoristas são 100% comissionados.
“A empresa trabalha com uma garantia de R$ 1.274,97,
caso o trabalhador, por meio de comissão, o atinja valor menor, ou seja, se a
comissão der abaixo desse valor, ele receberá, no mínimo, R$ 1.274, 97, caso
não tenha nenhuma falta injustificada”, diz.
Segundo o presidente do Sintramcat, os trabalhadores
afirmaram que nunca recebem essa garantia estipulada pela empresa.
“Não vou discutir comissão. A remuneração do
trabalhador precisa ser bem clara e estipulada na carteira”, comenta Borges.
Outras propostas
Outro ponto discutido durante a reunião foi a melhoria
no pagamento do ticket alimentação e refeição.
A proposta da empresa, quanto ao ticket alimentação, é
passar de cesta básica física para cartão.
“A partir de dezembro, cada trabalhador recebe um
cartão de R$ 60,00/mês, para quem tiver falta injustificada, e R$ 100,00, para
quem não tiver falta. Quanto ao ticket refeição, a proposta é que, a partir de
janeiro, paguemos R$ 14,00/dia”, afirma o gerente de RH da Spaipa.
O presidente do Sintramcat não concordou com os
valores e, com frequência, pediu que os mesmos fossem melhorados, mas não houve
acordo.
Por enquanto, não foi marcada nova reunião.
Fonte: Livia Gandolfi – Assessoria de Imprensa/Sintramcat
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